No cantar da noite pálida esgueirada,
Meu pardal amigo se aconchega
Com o ato final da lua em sua calada,
O vento vazio do sul se aprochega.
E diz: "acorda, amigo! Levanta logo que faz-se dia!
Lembra-te que houve tempo em que sem aviso teu olho se abria!"
Meu pardal amigo se aconchega
Com o ato final da lua em sua calada,
O vento vazio do sul se aprochega.
E diz: "acorda, amigo! Levanta logo que faz-se dia!
Lembra-te que houve tempo em que sem aviso teu olho se abria!"
Assim que acorda o pardal amigo,
Logo vem pedir de meu coração os retalhos
E com sorriso confesso que dou-lhe,
De bom grado.
Logo vem pedir de meu coração os retalhos
E com sorriso confesso que dou-lhe,
De bom grado.
Pois, ora, não nasci completo,
E mesmo que aguente os golpes de ferro,
Vim desnudo, vim varrido,
Perdido,
mas com sangue, altivo.
E mesmo que aguente os golpes de ferro,
Vim desnudo, vim varrido,
Perdido,
mas com sangue, altivo.
Diante do bater do martelo chamado destino,
Recuso-me a esmorecer,
E faço do estrondo deste em meu corpo
Meu mais simples florescer.
Recuso-me a esmorecer,
E faço do estrondo deste em meu corpo
Meu mais simples florescer.
Por isso, voa, amigo pardal! Voa longe!
Que tuas penas resplandeçam no infinito!
E que o sol sem medo aqueça
Este coração meu que com cuidado carregas.
Que tuas penas resplandeçam no infinito!
E que o sol sem medo aqueça
Este coração meu que com cuidado carregas.
Espero-te sempre, pardal, sempre
não titubeio e nem me impaciento,
Pois prefiro que meu coração voe,
Carregado por pássaros a barlavento,
A não ser quem sou
A não amar quem amou.
não titubeio e nem me impaciento,
Pois prefiro que meu coração voe,
Carregado por pássaros a barlavento,
A não ser quem sou
A não amar quem amou.
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