domingo, 27 de junho de 2021

Haveres

Se houvesse de haver um haver
Que a Divindade do tempo apertasse-me a bochecha e sorrisse. 
Clio é morta, resta apenas o bater de asas do canário e o barulho do vento contra suas penas.
Bicou-me a testa a cotovia vadia para dizer-me estas cantarolas 
E suas asas só tornaram a bater quando deparei-me que "nada" é haver.

Haver de, haver para, haver para haver
Mundo, incauto de existir, beija o fastio: cabelos ao vento são só cabelos

Feito o carreto, deixei o pago.
Soprou-me o Minuano ao ouvido
Que as nuvens sejam a casa dos passarinhos 
E que os passarinhos minha casa sejam.