Levanta-te, Sol!
Levanta-te!
Abençoe toda a solidão
Que o mundo abriga,
Com uma quente mansidão
Ouça meus gritos, Sol, ouça-os!
Eles já foram mais altos, sei
Já melhor ecoaram nos porões do universo, não?
É que já cansei de gritar, irmão,
Abençoe toda a solidão
Que o mundo abriga,
Com uma quente mansidão
Ouça meus gritos, Sol, ouça-os!
Eles já foram mais altos, sei
Já melhor ecoaram nos porões do universo, não?
É que já cansei de gritar, irmão,
Estou farto do próprio falar
Mas não te iludas, não te oprimas:
jamais hei de te abandonar
A solidão a ti destinada, meu confidente, mande-a
para o inferno!
E ouça-me!
A solidão, deixai-a a mim: esta é apenas minha e me recuso a partilhar,
Teus raios lindos não merecem tais chagas,
E ouça-me!
A solidão, deixai-a a mim: esta é apenas minha e me recuso a partilhar,
Teus raios lindos não merecem tais chagas,
já que tua luz a vida pura
encharca
ordeno-te: faça-te outra morada!
Contudo, imploro, irmão Sol, ainda assim, ilumina-me, não
desista!
Cá dentro ainda deve haver lugar a brilhar
É que este sou eu:
Uma imensidão lotada de vazio e quadros tortos!
Mas que não são, nada mais,
Nada menos
Que a janela dos olhos
De nossa tão frondosa mãe,
Existência.
Cá dentro ainda deve haver lugar a brilhar
É que este sou eu:
Uma imensidão lotada de vazio e quadros tortos!
Mas que não são, nada mais,
Nada menos
Que a janela dos olhos
De nossa tão frondosa mãe,
Existência.
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