domingo, 20 de dezembro de 2020

Termoluminescência

O futuro inconspícuo abraça o tolo, e tolo - como um tolo - lhe faz pouco caso
Assim, diante de si, toda segurança esmorece
E toda chance esboroa-se
 
Que então escorra pelo ralo
Todo o concomitante do que foi e não foi
E que o Caos seja a Virgem a afagar-lhe para dormir.
 
Que, enquanto isso, sente-se à mesa com mais um amor de sua vida, 
e ao final dê-lhe "boa noite" e nunca mais a veja;
Tenha-se o pássaro à mão e deixe-o escapar.
 
A mais ardorosa felicidade vive de mãos dadas à melancolia

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