Eu sou como aquele velho ladrão de antiquário,
Carcomido como as peças roubadas,
ao invés dos relógios e pratarias,
Roubo memórias e cenas imaginadas.
Carcomido como as peças roubadas,
ao invés dos relógios e pratarias,
Roubo memórias e cenas imaginadas.
Tudo que posso um dia imaginar são memórias não vividas,
Rapinadas por um nome cujo esquecer segreda identidade
Vitimei-me pelo ato de imaginar a felicidade:
A imagem,
Tu doutro lado da janela, a beber café e olhar a neve,
A neve - a cobrir, delicada e paciente; que me ferve
A imagem - e isso é tudo:
Em meu peito pulsando todo o mundo,
Dou-me costas e desvaneço-me:
O amar pueril ao qual sucumbo,
É mais nada e é o tudo.