Aqueles cristalinos tingidos de tão profundo azul - do turquesa mais altivo em assomar -,
Sempre nos disseram que eram da cor do mar.
Enquanto no seco cabelo daquele que fitava a fumaça repelida pelo auto
Sempre nos disseram que eram da cor do mar.
Enquanto no seco cabelo daquele que fitava a fumaça repelida pelo auto
caía o orvalho cansado,
Não se podia ver, além de si própria, que o mar enchia-se;
Não se podia ver que o mar encontrava o oceano.
Não se podia ver que o mar encontrava o oceano.
Aquele do seco cabelo jamais soube,
Que o orvalho cansado foi ter com o vidro protetor do oceano
E fez-se gota,
pois há águas que não se mesclam.
Escorreu conforme o transbordante batia-se, em fuga, contra o vento cortante
pois há águas que não se mesclam.
Escorreu conforme o transbordante batia-se, em fuga, contra o vento cortante
e caiu sem sutileza,
num metal de calçada carcomido por outras águas e velheira.
Naquele momento em que o silêncio se esgueira,
Lembrou-se a gota daquele azul turquesa
E evaporou, sorrindo, a pensar,
Que o amor pode enferrujar
Mas inoxidável é o amar.